Bebé filipina simboliza o cidadão número 7 mil milhões
A Ásia, onde vivem dois terços da população mundial, deu simbolicamente "à luz" o ser humano número sete mil milhões, uma pequena filipina de nome Danica cujo nascimento foi celebrado em Manila e ilustra os desafios planetários de crescimento demográfico.
1999: o planeta atingiu a população de seis mil milhões. Na altura, a Organização das Nações Unidas (ONU) escolheu Adnan Nevic, um menino nascido em Sarajevo, como representante simbólico da marca atingida.
Desta vez, a ONU optou por não designar nenhuma criança com antecedência e vários países colocaram-se em posição para reivindicar a efeméride.
Danica May Camacho, nascida no domingo, dois minutos antes da meia-noite, no Hospital José Fabella Memorial, um centro público da capital filipina, veio ao mundo com 2,5 quilos. Os pais, Florante Camacho e Camille Dalura, tiveram direito a felicitações especiais por parte de representantes das Nações Unidas.
"É muito bonita. Não posso acreditar que seja a habitante sete milhoões do planeta", comentou emocionada Camille Dalura na sala de partos, cercada pela imprensa de todo o mundo.
Ser o bebé 7 mil milhões tem as suas vantagens: Danica vai receber uma bolsa de estudos e os pais uma quantia em dinheiro para abrir uma loja.
"O mundo e seus sete mil milhões de habitantes formam um conjunto complexo de tendências e paradoxos, mas o crescimento demográfico faz parte das verdades essenciais em escala mundial", declarou a representante do Fundo das Nações Unidas para a População (UNFPA) nas Filipinas, Ugochi Daniels.
Em 1908 éramos mil milhões. Hoje somos 7 mil milhões de habitantes na Terra. E vamos ser ainda mais. Mas como é que é um em 7 mil milhões?
Os países do mundo estão a fazer crescer a população do planeta até aos sete mil milhões, organizando cerimónias comemorativas após o nascimento de bebés que simbolizam o marco histórico, escreve a Lusa.
As Filipinas já comemoravam o nascimento de Danica Maio Camacho, simbolicamente designada como representante do cidadão 7.000 milhões, depois do parto que aconteceu domingo dois minutos antes da meia-noite, um período tão curto que os médicos dizem que pode ser considerado um nascimento na segunda-feira.
Mas também a Índia e a Rússia reclamam o nascimento do bebé sete mil milhões.
Nargis é o nome da menina nascida Lucknow, na Índia. Os pais Ajay e Vinita não podiam estar felizes com o nascimento da pequena bebé, que pode ser a habitante sete mil milhões do planeta Terra.
Enquanto os especialistas não conseguem determinar com precisão onde nasceu, as Nações Unidas aproveitam o dia de hoje para marcar simbolicamente o acontecimento.
Chaves para o futuro
Chegados aos 7 mil milhões de habitantes na Terra, é preciso olhar em frente. No futuro, em áreas chave como a demografia, o ambiente, a energia, a ciência e a cultura, que desafios nos esperam? Quais as chaves para um futuro onde seremos mais de 7 mil milhões?
Maria Filomena Mendes, Presidente da Associação Portuguesa de Demografia
Para Maria Filomena Mendes, Presidente da Associação Portuguesa de Demografia, um dos grandes desafios para o futuro é encontrar o equilíbrio entre os países subdesenvolvidos, onde nascem mais pessoas, e os países mais desenvolvidos, onde nascem cada vez menos mas onde, por outro lado, se consomem mais recursos.
Uma questão surge: A este ritmo quando surgirá o 8 mil milhões? Certamente num espaço mais curto de tempo assim não se combatam algumas política urgentes para a sustentabilidade do nosso planeta.
Não é bater na mesma tecla mas temos de lembrar constantemente que ou por obra do Homem ou pelas alterações climatéricas - e uma não terá a ver com a outra? - os recursos escasseiam a olhos vistos até os mais cépticos acreditam que a calamidade pode aparecer quando menos se espera - e não será tarde demais para essa constatação?
E mesmo que agora fossemos todos "bons rapazes e raparigas como habitantes" que defendessemos com unhas e dentes este planeta que já foi mais bonito, mesmo assim não evitaríamos o inevitável, desde a supressão do gelo nos pólos consequente subida do nível das Águas que será responsável pelo desaparecimento de milhares de ilhas que foram em tempos paraísos na terra e serão depois recordadas só por fotos e locais mais susceptiveis a esa subida, podendo dar como próprio exemplo os Países Baixos que mormente todo o esforço em contrário poderá não evitar que os diques consigam aguentar a força da natureza. Eles que podiam ter servido de exemplo para aqueles que não acreditavam em nada disto mas se se lembrarem que já antes o planeta passou por isto...
Muitos nunca acreditaram na máxima que contra a Mãe Natureza ninguém pode lutar e que o que dela foi voltará a ser...
Só nos resta esperar e cada um POR SI - não pensem que é insuficiente, mas já repararam que se cada UM pensasse em alterar alguns actos do seu dia a dia isso seria essencial para, pelo menos adiar o inevitável
Eu próprio mau grado todo o pensamento positivo de incentivar familiares e amigos a olharem para o mundo a sua sociedade em que se integram e não para o seu próprio umbigo, não acredito que este mundo vá muito mais além deste século. Não me interpretem mal apenas interpretem a realidade e o que os especialistas dizem.
Senão recordem os dias da vossa infância ou o que diziam avós ou bisavós e chegarão a uma conclusão óbvia.
E não é ser pessimista porque como afirmo sou o primeiro a poupar água, a tratar o lixo, a ter uma cultura "verde" e ecológica mas estou ciente que não chega já vamos tarde e o que mais entristece é que foram as recentes décadas as responsáveis pelo que os nossos netos e bisnetos - chegará mais á frente em descendência? - e nós próprios ainda podemos assistir.
O mais concreto é o que se passa a nível dos pólos, sobretudo no norte.
Muitas eram as vozes que contradiziam os cientistas e biólogos em geral, nem mesmo as fotos por satélite que mostravam um recuo da calote polar era suficiente, cépticos referiam que podia ser manipulação-
Faz-me lembrar o provérbio, trancas á porta apenas depois de ter acontecido o assalto.
Tentemos ser um pouco diferentes comecemos a doptar políticas que até hoje ignoramos e comecemos a ver o mundo a começar pela nossa casa pelo nosso quintal... CAR e @SAPO/AFP