...onde o facto pactua com a verdade... sempre!!!

Sexta-feira, 17 de Dezembro, 2010

 

 

 

   Odeio – e é um termo que procuro evitar utilizar em meu vocabulário por o achar forte demais – essa gente de merda que se aproveita tantas vezes da fraqueza dos outros para encher os bolsos de euros subtraídos a pessoas de bem, ao pai, ã mãe aos irmãos e amigos, para lhes aumentar o pecúlio bancário que muitas das vezes não aconteceria se alguém fosse bater á sua porta em busca de mais uma dose para alimentar o sangue necessitado da maldita droga. E nem é preciso muito, por vezes com meia dúzia de euros o corpo deixa de estar amorfo e desfocado para num ápice estar de volta para a vida. Mesmo que seja uma vida vivida em prol dessa dose diária que tal como acontece para a pessoa normal, serve de alimento ao corpo que pede para não padecer para não entrar em colapso físico e mental. Odeio essa gentalha na figura do Estado, do pequeno e grande traficante dos parasitas normalmente na pele de doutores e senhores de clínicas de desintoxicação que esfregam as mãos de contentes por mais um cair nas teias. Roubos e mentiras, chantagens psicológicas para levar avante a sua vontade em conseguir mais uns euros para ir de encontro ao destino que essa gente de merda lhes marcou. E riem-se, chamam-lhes drogaditos porque nem sapiência ou consciência conseguem ter para perceber que sem eles nem a venda de roupa contrafeita lhes valia de nada. Quando pequeno ouvia dizer que fulano era mágico porque conseguia viver sob um tecto de zinco ou de madeira tal como as paredes que no inverno eram peneira perfeita para deixar entrar o frio e a chuva, mas que tinha antena parabólica e um bólide á porta no meio do lamaçal. Não quero ser de forma alguma o advogado do diabo nem tão pouco desculpabilizar o dependente, pois se alguns não têm escolha por serem limitados na sua... escolha pelo pensamento pobre e despedido de qualquer tipo de desculpa ou mesmo por todo um universo precário e promíscuo em que sempre viveu também os há que assim o quiseram por mais escolhas e conforto que tivessem. Normalmente fala-se que são marginais mas eu conheço-os senhores de canudo, doutores e engenheiros e conseguem camuflar esse vicio por vezes uma vida inteira – acreditem que sei que é verdade - pessoas com capacidades mentais acima da média. Alguns dizem que andam entre o oito e o oitenta, ou seja, pode ser um arrumador de carros (sem rancor para aqueles que andam nessa... profissão para se vestirem ou alimentar) ou uma mente brilhante para as artes ou para as letras. Mas cada um merece a via da dúvida pois até nos primeiros há casos que tiveram sucesso para mostrar aos segundos que afinal podem não ter mais nada, mas tiveram por uma vez espírito mais forte e dignidade. Fraco aquele que teima em continuar a pisar o chão lamacento a bater á porta – quando fechada -pois muitas vezes encontra-se aberta para tornar mais fácil a entrada naquele mundo. Faz-me recordar há tempos, uma peça num jornal da cidade em que a reportagem era sobre um dos maiores supermercados da droga do sítio e em cuja fotografia que acompanhava o texto se conseguia ver pessoas a empunhar cartazes onde se podia ler “não há droga” (quando queriam escrever: não á droga). Essa mesma gente de merda que depois dos repórteres abandonarem o local voltaram para as suas casas e retomaram o ritual de encher -se este é o termo, pois muitas vezes é quase necessário um microscópio para ver a quantidade de produto que o mesmo compõe- os pacotes agora de plástico e vendê-los uns atrás dos outros. Chegam a fazer fila para esperar pela sua vez, pela vez da sua sentença que os leva ã podridão física e psicológica, às tais clínicas, ou a uma consulta médica para lhe ser diagnosticada um qualquer tipo de hepatite ou pior, sida. Num e noutro caso tenho exemplos de pessoas amigas que um dia deixaram de andar bem vestidos e com carne nos ossos para num ápice os encontrar apenas com a pele e o osso pois a carne essa já desaparecera pelo consumo da droga ou por não alimentar convenientemente o corpo. Nem a alma, pois essa há muito tempo foi vendida ao diabo na imagem dessa gente de merda. E como eles, passam a ostentar cabelo oleoso, roupas feitas em farrapos que não sabem o que é uma lavagem faz tempo, ou seja, um pouco á imagem dessa mesma gente de merda cujo aspecto mete nojo. Dói a alma ver a quantidade de notas amarrotadas atiradas ao acaso e a crescer mais e mais dentro dum saco ou duma gaveta. Conheço gente que andou anos e anos até caiem em si e verem que aquilo nem ao diabo interessava. E hoje é vê-los refeitos daquele farrapo humano que chegaram a ser um dia e conseguiram criar família, encontrar emprego e viver com dignidade. De fazer inveja aos doutores e engenheiros que teimavam em visitar essa gente de merda. Outros que depois de anos a fio sem qualquer tipo de consumo retomam o chão lamacento para voltarem a bater á porta de sempre – é que aquilo passa de geração para geração- e não adianta irem para a prisão pois volta e meia estão de volta para mal dos seus, e nossos pecados a sociedade que teima em fazer deles uma ilha mas não encontram soluções capazes de terminarem com este flagelo que continua a bater á porta de gente de bem. Odeio os governantes falarem em cortar aqui e ali, ou sobre subsídios que são o único sustento de famílias precárias, que tiveram o azar de não conseguir um emprego ou uma casa melhor, quando há muita gente de merda a receber para além do dinheiro que lhes cai em mãos por via da venda da droga, a receberem esse mesmo subsídio. Houve um tempo em que não gostava de ouvir falar nesse assunto pois metiam todos no mesmo saco, mas agora já não me compadeço pois eles comem á mesma mesa. Quisessem eles e recebiam só quem devia receber e enquanto a gente de merda teimasse em vender o fruto proibido que fossem bater a outro lado. Sim porque também há aqueles que só sabem viver da venda em feiras. Há que ter discernimento necessário para saber separa as águas, separar o trigo do joio. Há aqueles que mesmo vivendo paredes meias com gente de merda não tem vida marginal, antes conseguem enfrentar a realidade dignamente e apelidar de parasitas. Podem-se contar pelos dedos mas há esses casos, sim senhor. Por isso enquanto houver esta politica do deixa andar, as coisas vão permanecer assim. Enquanto não houver mão pesada das forças políticas eles vão continuar a rir da desgraça alheia e vai continuar a haver mais gente de merda. Aos amigos, perde-se o rasto muitas vezes, vindo a encontrá-los, por vezes, mais tarde, metidos num mundo de decadência. Afinal tinham seguido por uma viagem alucinante e perigosa pelos trilhos da droga, continuam viagem e só param quando a droga lhes prega o golpe. Por vezes quando a Primavera acaba de nascer. E quantas vezes continuo a ver aqueles olhares perdidos no vazio, que tão bem conheço. E dou comigo a perguntar: -Que será que pensam? Vêem-se, então, presos a um mundo de desespero, apatia, de angústias e tristezas e sobretudo de sofrimento, o nosso e o dos outros, daqueles que os amam, mas que não “conseguimos ver” mesmo estando a nosso lado. Viver cada dia sempre com um vazio a acompanhar, á procura de mais uma dose, a necessária para se manterem de pé. A droga passa a ser o seu sustento diário. É o almoço e o jantar, é o adormecer e o despertar. Porque depois já é o sangue e o corpo que pedem mais, cada vez mais e mais, senão padece num rodopio diário brutal e que lhes atormenta os nervos. E se carecem de droga entra-se em depressão, angústia onde fazem de tudo para irem buscar a próxima dose, procura que tantas vezes termina em pranto, em morte. Anda-se por estradas sem fim e becos sem saída e acabam todos num labirinto como se caíssem na teia urdida de propósito para caírem qual repasto para a aranha. Duma coisa devem ter consciência: Que todos têm tudo o que é necessário para saírem dessa teia. TODOS, sem EXCEPÇÃO de natureza alguma: Força de vontade. Conseguir parar a tempo e saltar fora, saltar para a vida e viver novamente. Todos têm os mesmos meios para conseguirem libertar-se dessa maldita dependência, antes que a droga vos tome também a vós nos braços vós que em nada são diferentes dos restantes e vos torne, finalmente, num autêntico farrapo humano, despidos de qualquer orgulho próprio e de auto-estima, sem sentido de vida tornam-se alvos fáceis a abater como se fossem perdizes em temporada de caça. Mais cedo ou mais tarde por detrás de alguma parte lá surge a senhora de negro vestida a convidar-vos para um banquete que será por certo o último. Surpreendido perguntarás: “Quem és tu?” Ao que te responde a dama de negro vestida para aquela ocasião tão especial: “Sou aquela que tu procuras e que no fim de tudo, tudo vem ter a mim, só te quero chamar pois o meu nome é morte... Assim, depois será bem mais fácil voltar a lembrar com um sorriso na face aquele tempo em que eram pequenos pardais á solta; pequenos galãs que num dia se fizeram e tornaram Homens. Nunca escondidos no seu passado, antes prontos a olhar em frente de cara levantada e peito ao vento para novas jornadas que vão moldar-te o teu novo ser. Deixa-te ir, entrega-te pois ficas a ganhar neste jogo que é a vida. Basta pensar na Holanda que há muito liberalizou as drogas leves, colocando-as no mesmo patamar do álcool ou tabaco, e estão prestes a fazer algo sobre as duras para que deixe de existir a tal gente de merda... E fico por aqui para não escrever coisas que até Hitler, Estaline ou outro ditador qualquer ficava corado, tal é a raiva que me vai na alma...

música: drugs don't work
sinto-me:
publicado por carlitos às 22:59

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