...onde o facto pactua com a verdade... sempre!!!

Segunda-feira, 30 de Janeiro, 2012

A pedido de Paula Ana da Freita Marçal, Lisboa, que solicitou a publicação do meu poema "Dôr" e o meu conto "a idade da sabedoria"

E, Paula os blogues são também veiculos de amizade e de ajuda. Manda sempre! Beijinhos!

 

Dor

É Uma Dor que não quer desaparecer

Pior que a dor física

Dor de quem sente os seus entes queridos fugirem

Como se de areia se tratasse entre os seus dedos

Dedos tremulos

Corpo e Mente que querem descanso

Estão fatigados dos dias repetitivos

Mas vazios

Dos dias que não chegam a Ser

Pela ausência que marcas em Ti

Quando sorristes pela última vez?

Será que te recordas de te ouvir dizer

Que amanhã será melhor que hoje?

Será que te recordas daqueles dias

Em que não tinhas nem dor nem medo?

 

Ah Mente Doente que quer pensar

Outra e outra vez num pensamento cheio de esperança

Mas nunca uma mente que mente que foge

E que demora em saber o que deve fazer

Pensa

És Ciente da culpa

Tem que reverter o jogo

Tem de vencer a dor dê por um der

Para voltar a ter Tudo de volta

O Amor que nunca faltou o apoio ou o Carinho

É um caminho que se faz caminhando

Com atitude e atos

Atos de querer de vencer e de voltar cara ao vazio

Ao que te consome

 

ELES continuam lá

Á espera de um sinal

De um alívio para que voltem o sorriso e a felicidade

Seria mais dificil se não conhecesses essa dor

Porque a conheces podes vencer agora e não amanhã

pois amanhã pode ser tarde ou longe demais

Faz esse caminho que será de luz e de Certeza

Uma Certeza Certa de encontrarás quem parece ter fugido

Mas não, são ilusões dessa mente que mente

Dessa Mente Doente e incerta

Eles estão lá

 

Jamais fugirão

Dá-lhes a mão ou um Abraço

Verás que tudo é certo e verdadeiro

Pensa nos teus dias em pleno

Ou Será que te esqueces que

Provaste a Morte

E não gostaste?

 

Prova agora a Vida

Dá esse prazer a quem por ti espera

A Quem por ti chora


Assim venças essa dôr

que em tua mente que mente está

Mas podes fazer o que quiseres

E o que Deves para voltar a Ser

Abandona a sombra e a letargia como se estivesses já morto

Faz-te á Vida

Porque eu sei que queres sorrir e queres voltar a Ser

Aquele que nunca desisitiu

Eles estão á espera

Vence a dòr e tudo será Melhor, Diferente

Mais fácil

 

Terás a vida a teu colo

Os Amigos e a Família

Vence essa dor que eu sei lacerante e terrível

Mas só para quem a conhece

Se é díficil explicar?

Sim.

 

Mas como nos teus sonhos deixa-te abraçar por braços de amor e de Carinho

Por aqueles que vão estar sempre lá, depois da Dôr

Vencerás essa Dòr

Eu sei...

É Uma dor Que Tanto Magoa os Outros

Mais do que a TI Próprio

Pensa e vence essa dor que te Fustiga mas que te pode fazer Voltar e

Vencer essa dòr que magoa mais os outros que a Ti...

 

Uma dôr que persiste em não querer desaparecer

Parece que me quer levar com ela

Será que amanhã ainda será assim?

Será?

 

 

A Idade da Sabedoria...

 

 

 O crepúsculo daquela tarde começara antecipadamente por vias da ameaça de umas nuvens de cinzento-escuro vestidas, que emprestavam ao momento um sentimento de nostalgia.

Ela, sentada numa pedra estrategicamente colocada no início da vereda estendia o seu olhar por todo aquele conjunto de vales e montanhas que se perdiam para lá do horizonte.

Era uma das zonas mais bonitas da Serra do Gerês. Disso nunca tive dúvidas. Isto se for possível distinguir os vários níveis de beleza daquele espaço natural.

Ao longe vislumbra-se o serpentear sinuoso do Cávado por entre as pontes do Rio Caldo onde se encontra com o Homem para uma viagem que só termina no Oceano. Sente-se a terra húmida no olfacto que ganha intensidade cada vez que subimos em direcção á montanha. Terra fértil e de sonhos que permanece no seu estado primitivo e saudável imune ao passar dos tempos.

São quilómetros e quilómetros a perder de vista, atravessados pelo verde da paisagem com a natureza no seu estado mais puro.

Gosta de ver os homens da terra sentados á porta do café, que falam entre si numa amena cavaqueira enquanto crianças brincam numa ciranda.

Observava-a havia já largos minutos e no entanto, dela nem um movimento por mais pequeno que fosse.

Apenas a leve respiração em seu peito era sentido a espaços. Coisa pouca.

De certo pensava ainda no cenário que acabara de presenciar: Um tiro furtivo atravessou o ar quase dando para sentir tão perto passou dela. Porém atingira mortalmente aquele potro de garrano que lhe tinha pedido todas as atenções dos últimos dias. Desde que nascera que diariamente subia até à montanha para observar todos os seus movimentos que depois registava religiosamente no seu bloco de notas.

Queria ser escritora para o público juvenil e estes acontecimentos podiam ajudá-la no futuro. Experimentava naquela serra momentos que na Bracara cidade que a adoptou desde os seis anos não lhe conseguia oferecer por mais que procurasse.

Deixou para trás a sua aldeia natal nas faldas do Gerês a mesma que hoje amiúde visitava para recarregar baterias e afastar tristezas que tantas vezes experimentava (mais do que ela desejava, por certo). Por aqueles dias deixou Braga e todo o seu barulho para trás.

Tinha prometido a si mesma a aos seus amigos que voltaria para Braga com uma boa história para escrever e que serviria de enredo para o seu primeiro livro. Não queria, por isso, defraudar as expectativas…

Aquele tiro, porém, tinha-lhe minado por instantes não só as boas ideias mas também o seu olhar. Naqueles momentos embrulhados em silêncio, certamente que pensou que mais uns centímetros e estaria morta. Nunca sentira a morte tão próxima. Chegou a provar e não gostou por certo do travo amargo que trás aquela senhora. Ainda era cedo para prestar contas pelo que melhor era colocar aquela cabeça a pensar. A mesma que está sempre cheia de boas intenções e de ideias para dar e vender. Como colaborar para tornar este mundo um sítio melhor para se viver, mormente os tiros furtivos que nos podem roubar todos os sonhos.

Ideias inocentes com vontade de vencer e recalcadas de virtudes. Sem ódios, malícias ou cobardias. Ela era um género já em extinção.

Resumia o Mundo á rua do seu bairro e por mais que tentassem demovê-la nunca abdicava de estender a sua mão àquele que mais precisava. Por isso mesmo, um género já em extinção, sim senhor!!!

Já experimentara muitos amargos de boca por querer ser um pouco a Madre Teresa lá do bairro. Risos de gozo e olhares de soslaio, dedos apontados como se fosse ela uma eterna pecadora como se fosse ela a culpada de querer endireitar a sociedade. Parece que vivem melhor se viverem no meio da tristeza e da mentira ou da dor. Se podermos evitar isso, tanto melhor.

Mas é deste género de pessoas que o mundo precisa para deixar de haver tiros furtivos, que consiga com a suas palavras encontrar crianças de esperança e seja ela mesma fada-madrinha daqueles e daquelas que acreditam, tal como ela, que um dia o mundo ainda vai ser um lugar bonito para viver. Se cada um começasse pela rua do bairro onde vive…

Finalmente, olha para o pulso. São horas de partir.É preciso descer á aldeia antes que caia a noite e certamente os primeiros pingos de chuva. Vai encontrar uma decoração granítica que dá lugar de quando em vez ao pinho dos soalhos e ao verde das árvores de fruto, reflexo da sobriedade natural do conjunto arquitectónico que os homens da aldeia souberam construir. As lareiras acesas nos lares tornam o ambiente ainda mais propicio ao recolhimento e a sua vontade há-de ser a de ficar ali, junto dos seus a ouvir histórias enquanto a noite cai, em amena conversa. Há-de ter muito que ouvir e contar. É assim na aldeia e é assim que um dia vai escrever para as suas crianças. Não fosse aquele tiro e o dia teria sido perfeito.

Mesmo que de tiros tenha de falar e escrever, nunca há-de esquecer este conforto, estes ares que dão saúde e fazem sorrir, as paisagens que lhe acalmam a alma e lhe prrometem que melhores dias virão...

 

Conto publicado a 8 de agosto de 2009 no jornal "correio do minho" sob o título "A Idade da Sabedoria"    

publicado por carlitos às 01:33

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