O presidente do Eurogrupo explicou esta sexta-feira em Budapeste, após a reunião dos ministros das Finanças europeus, que o pacote de ajuda a Portugal, estimado em 80 mil milhões de euros e que vai começar a chegar até Maio, terá contrapartidas. Privatizações e mexidas nas leis laborais são apenas alguns exemplos. O PEC 4 , que a oposição chumbou no Parlamento, servirá de base, mas outras medidas serão acrescentadas. Juncker explicou que o programa para Portugal será baseado em três pilares. Em primeiro lugar, haverá «um ambicioso programa de ajustamento orçamental, para restaurar a sustentabilidade orçamental». Em segundo, «reformas para o crescimento e produtividade, removendo a rigidez e a protecção no mercado de trabalho, encorajando o empreendedorismo e a inovação, permitindo um crescimento equilibrado e sustentável para corrigir os desequilíbrios macroeconómicos internos e externos, garantindo também a situação económica e social dos cidadãos. Isto deverá incluir um ambicioso programa de privatizações». No terceiro lugar, haverá «medidas para manter a liquidez e a solvabilidade do sector financeiro». Jean-Claude Juncker apela a um compromisso de todos os partidos em torno do programa de ajustamento, o quanto antes, e que formem um novo Governo, depois das próximas eleições, com «a capacidade de adoptar integralmente e implementar o acordo de consolidação orçamental e medidas de reformas estruturais». Os nossos parceiros europeus avisaram já que as medidas de austeridade serão «muito duras» e vão durar muito tempo. O BCE diz que a tarefa será dura, mas sublinha que o processo já arrancou. "In iol.pt"